quinta-feira, 18 de agosto de 2011

MINHA REFLEXÃO DO LIVRO CARTA AO PAI DE KAFKA


Em minha opinião há uma simbiose entre os dois em que um se nutre da fraqueza do outro para se sentir poderoso e o outro do desprezo, para confirmar sua incapacidade que gera ora culpa que o deixava incapaz, ora ódio que o deixa imobilizado.
Por isso pergunto: será que esse pai queria filhos e até funcionários que fossem capazes e que talvez pudessem ser até melhor que ele, será que ele rejeitou, desamparou e os aniquilou emocionalmente de modo intencional embora inconsciente para esses filhos tornarem seus dependentes, seus parasitas e através deles poder se auto afirmar como grande forte e poderoso, aumentando esse fato  ainda por ser rico e muito vaidoso.
Kafka por ser o primogênito foi o que mais sofreu e se tornou fracassado, não conseguindo casar enquanto o pai estava vivo, pois além da reprovação do pai, havia um medo intenso por sua parte do casamento, como de tudo na vida e diz que não suportaria ter um filho fracassado que nem ele. Eu acredito que ele não iria ter um filho fracassado, mas forte e que Kafka iria ser um pai oposto ao seu, como aconteceu na vida real muitas vezes.
A mãe nunca era poupada nem pelos filhos, nem pelo pai, era como uma “descarga” das tensões neuróticas da família. Isso com certeza lhe trazia satisfação, pois ela deveria se sentir útil e importante porque senão não iria se permitir essa situação, porém. Kafka comenta o desespero do pai quando a mãe fica doente, provando que a amava e possivelmente também os filhos, do seu jeito.
Kafka sucumbiu ao pai ficando a terceira margem do rio como no conto de Guimarães Rosa, não conseguindo fazer sua travessia, ficando ao meio do rio, meio vivo, meio morto.
“É a verdade que assombra”
O descaso que condena
“A estupidez, o que destrói”
Renato Russo